O Brasil dividido entre a
política, o futebol e a mídia
Durante
os meses que antecederam o início do maior evento esportivo mundial, a Copa do
Mundo, realizada neste ano 2014 no Brasil, muito se especulou sobre a
possibilidade da insatisfação nacional com a política brasileira se tornar uma
rejeição generalizada ao evento, ao ponto de enterrar os planos da FIFA, do
governo, dos investidores e patrocinadores, os quais, segundo a opinião de
especialistas porta-vozes da grande mídia, seriam os únicos beneficiados com a
Copa no Brasil.
No
entanto, após quase 30 dias de competição, tamanha rejeição não ocorreu conforme
o esperado, ao menos para uma parcela da sociedade que gostaria que assim
tivesse acontecido. Esta parcela têm se perguntado apáticos: afinal, o que deu
errado? Será que o “gigante” adormeceu novamente e, somente vai acordar após o
encerramento da Copa?
Na
verdade, o que se viu até aqui, foi que à medida que a seleção brasileira entrou
em campo e tem avançado na competição, o sentimento de grandeza do país,
expressada pelo futebol dos meninos de Felipão, reacendeu no imaginário popular
o velho sentimento de força e coragem especial que o povo brasileiro possui
para vencer suas dificuldades e seguir em frente de cabeça erguida.
Além
disso, fora dos estádios (distante da área vip e das cabines de imprensa), nas
doze capitais que sediam os jogos, tem prevalecido uma convivência humanizada,
acima das expectativas, entre brasileiros e estrangeiros de todo o mundo. Isso ajuda
a confirmar a entrada do Brasil no grupo seleto de nações que possui as
condições necessárias para sediar uma competição de caráter mundial, ainda que
longe dos padrões ideais de sociedade.
Estes
dois aspectos, em particular, fizeram o presidente da FIFA, Joseph Blatter,
dizer em coletiva mundial de avaliação da Copa, que o povo brasileiro estaria
de parabéns, elegendo antecipadamente o evento no Brasil, como a melhor copa do
mundo já realizada, no marketing oficial, a Copa das copas!
Ironicamente,
as incansáveis tentativas da grande mídia de confrontar as opiniões dos
torcedores prós e contras a Copa, não surtiu o efeito esperado. Não conseguiu
garantir que a maioria dos cidadãos inconformados com o sistema político
brasileiro desse as costas para a seleção e, consequentemente, para a Dilma e o
PT, antecipando uma derrota política antes da campanha eleitoral oficial.
O
grupo dos pessimistas, dos opositores do evento e dos opositores ao governo
petista, os quais a presidenta Dilma já havia dito que possuem “complexo de
vira-lata” (Senador Álvaro Dias/PSDB, ex-jogador Ronaldo fenômeno, garoto
propaganda da Globo, entre outros), deveriam ter considerado o conhecido jargão
popular que diz que política, futebol e religião, Não se discutem, ao menos da
forma como o fizeram.
Na
verdade, deveriam ter considerado em suas avaliações (e intenções políticas
desastrosas) que o povo brasileiro é apaixonado por futebol e, que jamais
ficariam divididos ou contra uma Copa do Mundo no Brasil, mesmo sendo contra o
atual governo ou contra os políticos corruptos que usam de todos os meios para
atingir o fim de permanecer no poder, garantido a oportunidade de encherem seus
bolsos.
Dito
de outro modo, uma parcela da população continua indignada com os gastos feitos
nos estádios e, sobretudo, com a corrupção descarada que atinge as principais instituições
brasileiras, mas isso, não se confunde com o sentimento de nacionalismo que
continua forte no povo brasileiro quando se trata de futebol.