domingo, 27 de outubro de 2013

Nota pública: MARCO CIVIL SEM CENSURA JÁ

MANTENHA A INTERNET LIVRE

Nossa Internet e democracia estão sendo ameaçadas. Anos de lobby das operadoras de telefonia podem acabar com a liberdade de expressão e de comunicação na internet. O Marco Civil, a legislação que pode proteger a democracia na rede, agora está nas mãos do Congresso.

O governo permitirá que a censura na Internet faça parte do Marco Civil?

O Marco Civil da Internet pode ser aprovado em uma votação decisiva na segunda-feira (28/10). Nós, cidadãos e usuários da Internet, tememos que a aprovação desta legislação, que é a mais positiva já elaborada até hoje para proteger a Internet, inclua um dispositivo de censura instantânea, indo contra as bases legais de uma Internet verdadeiramente livre.

O tempo urge. Uma mobilização popular é crucial para defender nossa Internet!
O Marco Civil da Internet é um projeto construído através de um processo colaborativo inédito, envolvendo o Estado e a sociedade, tornando-se o modelo de legislação mais progressista do mundo, verdadeira referência entre especialistas. Elaborado para proteger a liberdade da Internet e de seus usuários a partir das garantias de neutralidade da rede.
Por anos, o lobby corporativo deixou a lei parada no Congresso.

Após as revelações feitas por Edward Snowden sobre a espionagem massiva do ciberespaço e da política brasileira, Dilma Rousseff trouxe o Marco Civil de volta à mesa da Câmara em regime de urgência. No entanto, o processo de negociação deixou de ser transparente, impedindo o acompanhamento da sociedade civil sobre as alterações que ainda podem ocorrer no texto.

A permanência do parágrafo 2,º do artigo 15, no texto que segue para votação, evidencia que interesses corporativos continuam privilegiados. Este parágrafo permite a remoção de conteúdos sem ordem judicial. O que, na prática, funcionaria como censura prévia a conteúdos incômodos para o poder político e econômico, uma vez que abre a possibilidade para acordos feitos a portas fechadas entre governos, provedores de acesso e corporações midiáticas.

Abrir portas para a censura já é corromper a neutralidade que está sendo fortemente defendida pela presidenta Dilma, além disso, receamos que essas emendas possam ir mais longe para ferir nossa liberdade de navegação e expressão na Internet, transformando o Marco Civil numa legislação que vai contra a população.

Convocamos a todos que defendem e amam a nossa lnternet Livre para que contatem seus deputados e membros do Congresso antes da votação, para impedir que esta seja adiada e pedir que rejeitem o parágrafo 2º do artigo 15 ou qualquer outra alteração no texto original que possa ir contra os interesses dos cidadãos da Internet.

O Marco Civil foi construído pela sociedade civil e não permitiremos que apliquem a censura no projeto ao apagar das luzes. Não em nosso nome!

Sugestão de texto de e-mail:

Caros deputados, boa tarde.
Diante da votação do Marco Civil da Internet (PL nº 2.126/2011) que ocorrerá nos próximos dias, como cidadão atento à política, venho respeitosamente por meio deste email pedir que vote favoravelmente ao Projeto de Lei nos termos do seu texto original e discutido com a sociedade, ressaltando nele a importância da neutralidade da Rede, sem nenhuma restrição a esta, e suprimido o § 2º do Artigo 15, que, no nosso entendimento, ameaça a liberdade de expressão em nosso País. O chamado “Marco Civil da Internet” pode representar mundialmente um protagonismo do Brasil (e do nosso Legislativo Federal) no trato cívico e democrático do tema. Desde já agradeço.
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LIDERANÇAS E DEPUTADOS ENVOLVIDOS:

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Deputado HENRIQUE EDUARDO ALVES
Partido/UF: PMDB / RN / Titular
email: dep.henriqueeduardoalves@camara.leg.br
Tel: +55 (61) 3215-5539 – Fax: +55 (61) 3215-2539

RELATOR DO MARCO CIVIL DA INTERNET
ALESSANDRO MOLON (PT)
Tel: +55 (61) 3215-5652
email:dep.alessandromolon@camara.leg.br

Liderança do Governo
ARLINDO CHINAGLIA  - Anexo II, sala 110
Tel: +55 (61) 3215-9001
email: lid.govcamara@camara.leg.br

Liderança da Minoria
NILSON LEITÃO – Anexo II, sala 125 B
Tel: +55 (61) 3215-9820
email: lid.min@camara.leg.br

Liderança PT
JOSÉ GUIMARÃES  -  Principal, Térreo
Tel: +55 (61) 3215-9102
email: dep.joseguimaraes@camara.leg.br

Liderança PMDB
EDUARDO CUNHA – Ed. Pricipal, Pavimento Superior, Ala B sala 03
Tel: +55 (61) 3215-9181/80
email: dep.eduardocunha@camara.leg.br

Liderança PSDB
CARLOS SAMPAIO – Edifício Principal – Térreo
Tel: +55 (61) 3215-9345/9346
email: dep.carlossampaio@camara.leg.br

Liderança PP
EDUARDO DA FONTE – Ed. Principal
Tel: +55 (61) 3215-9421
email: dep.eduardodafonte@camara.leg.br

Liderança PSD
EDUARDO SCIARRA – Anexo II ALA B, Superior Sala 150
Tel:  +55 (61) 3215-9060/9070
email: dep.eduardosciarra@camara.leg.br

Liderança PR
ANTHONY GAROTINHO – Anexo II, Sala 123
Tel: +55 (61) 3215-9550
email: dep.anthonygarotinho@camara.leg.br

Liderança DEM
RONALDO CAIADO – Ed. Principal
Tel: +55 (61) 3215-9265/9281
email: dep.ronaldocaiado@camara.leg.br

Liderança PSB
BETO ALBUQUERQUE – Anexo II, Salas 114 à 118
Tel: +55 (61) 3215-9650
email: dep.betoalbuquerque@camara.leg.br

Liderança PDT
ANDRÉ FIGUEIREDO – Ed. Principal, Ala Superior, sala 13
Tel: +55 (61) 3215-9700/9701/9703
email: dep.andrefigueiredo@camara.leg.br

Liderança PTB
JOVAIR ARANTES – Ed. Principal
Tel: +55 (61) 3215-9502/9503
email: dep.jovairarantes@camara.leg.br

Liderança PCdoB
MANUELA D’ÁVILA – Anexo II, Subsolo, sala T12
Tel: +55 (61) 3215-9732
email: dep.manueladavila@camara.leg.br

Liderança PSC
ANDRE MOURA – Anexo I, 16º andar, sala 1606
Tel: +55 (61) 3215-9762/9771/9761
email: dep.andremoura@camara.leg.br

Liderança PRB
GEORGE HILTON – Anexo IV, sala 18, subsolo
Tel: +55 (61) 3215-9880/9882/9884
email: dep.georgehilton@camara.leg.br

Liderança PV
SARNEY FILHO – Anexo I, 23º andar, sala 2310
Tel: +55 (61) 3215-9790 (Fax 3215-9794)
dep.sarneyfilho@camara.leg.br

Liderança PPS
RUBENS BUENO – Anexo II, Sala 25 – Térreo
Tel: + 55 (61) 3215-9600
lid.pps@camara.leg.br

Liderança PSOL
IVAN VALENTE – Anexo III gab 586 Ala B
Tel: +55 (61) 3215-9835
email: lid.psol@camara.leg.brliderança.psol@gmail.com;

AQUI, OS EMAILS DE TODAS AS LIDERANÇAS E ENVOLVIDOS, SÓ COPIAR E COLAR
dep.alessandromolon@camara.leg.br;dep.henriqueeduardoalves@camara.leg.br;dep.givaldocarimbao@camara.leg.brdep.fernandofrancischini@camara.leg.br;dep.manueladavila@camara.leg.br;liderança.psol@gmail.com;
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Nesse link você baixa planilha com os dados de contato completos de todos os deputados da Câmara, incluindo endereços de e-mail: http://migre.me/gnVGH

MARCOCIVILSEMCENSURA-JA

Fonte: http://marcocivil.org.br/noticias/nota-publica-marco-civil-sem-censura-ja/

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Leilão de Libra - O Petróleo do pré-Sal e a dialética histórica do Estado Burguês no Brasil

Por Wellington Lucas

 O campo de Libra
 Campo de Libra

Esta semana 21/10/2013 inicia com um debate sob várias perspectivas em torno do Leilão do Campo de Libra, principal reserva de petróleo in natura localizado no território brasileiro, mediante "Leião de Concessão" liderado pela Petrobrás (que a oposição acusa de privatização), visando a participação de empresas multinacionais na exploração e comercialização da maior reserva de petróleo brasileiro conhecida como pré-sal.

Nesse contexto, antes de promover uma análise do ponto de vista histórico (objetivo deste artigo), cabe registrar um resumo do pronunciamento da presidenta Dilma sobre a questão vinculada a nível nacional por diversos meios de comunicação oficiais, midiáticos e redes socias (internet):

Segundo ela, nos próximos 35 anos as empresas vencedoras da "concessão" pagarão ao país quase 1 trilhão de reais (270 bi em royaletes, 736 bi a título de partilha entre o Estado e as empresas e 15 bi em bônus). Boa parte desses recursos será aplicado em saúde e educação. e justifica, o seguinte: “Uma pequena revolução benéfica e transformadora em nosso país.” Dilma ainda ressaltou que esse não é o único resultado a se comemorar. O país terá plataformas, gaseodutos, linhas de produção, submarinos etc. que também serão produzidos no Brasil por conta do pré-sal. E vão gerar riquezas internas. E para cravar a espada no coração dos que a criticam disse que: “85% de toda a renda do campo de Libra vão ficar com o Estado brasileiro e à Petrobras. E isso é muito diferente de privatização”.

Não obstante, o blog Polis Cabana acrescenta ao debate a seguinte reflexão do ponto de vista histórico, tendo o marco regulatório do capitalismo, neste caso, o mercado financeiro internacional, como plano de fundo à questão central deste debate, senão vejamos:

No Estado capitalista, o mercado, exige e/ou constrói ambiente favorável à ações de participação do capital internacional nos sistemas econômicos das nações a nível global, sobretudo, se considerarmos que meia dúzia de empresas multinacionais controlam a exploração e comercialização mundial do petróleo. Diante deste cenário perveso, os Estados e Nações não vêem outra alternativa que não seja se aliarem a ele em busca de competitividade e lucro, ainda que, limitando sua participação como defende estar fazendo o governo brasileiro neste Leilão.

Ou seja não há como fugir dessa lógica de acumulação e hegemonia financeira (sem antes romper estruturalmente com ela), mas pode-se, do ponto de vista da gestão humanizada do capital (se é que se pode dizer isso), limitar a exploração e condicionar maior participação nos lucros! Não obstante, países como a China e Japão atuam no mercado capitalista dessa forma há décadas, sem necessáriamente romperem com imperialismo dos países centrais do capitalismo, portanto, aqui reside, a questão central desse debate, ou seja, o regime de participação do capital internacional é inevitável, porém pode ser menos prejudicial aos interesses e lucros do país que detem a principal matéria prima do petróleo, neste caso a fonte natuaral do pré-sal!

Essa abordagem talvez acrescenta um elemento a mais ao debate, além de outros que não foram abordados nas matérias noticiadas brasil afora e, que também, não cabem nesta breve reflexão histórica sobre a relação Estado x Mercado, dito de outra forma, reafirmamos o que já é sabido por diversos estudiosos, ou seja, que o ideário Liberal ou Neoliberal subjulga, sob a égide do capital, a inserção perversa dos países no capitalismo globalizado e o Estado é a principal materialização desse processo em curso no Brasil com uma voracidade que traduz prejuízos históricos imensuráveis.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Para 63% da população, políticos NÃO deveriam ser donos de rádio e TV

Pesquisa revela que brasileiros são contrários a candidatos donos de emissoras, o que já é proibido pela Constituição, mas muitos desconhecem!

Da Redação, com Agência Patrícia Galvão

Os institutos Data Popular e Patrícia Galvão divulgaram os resultados da pesquisa Poder e Meios de Comunicação. Segundo o levantamento, 63% dos entrevistados acham que emissoras de rádio e TV não deveriam ser propriedade de políticos, e 64% são contrários que apresentadores de rádio e TV possam se candidatar, embora a maioria acredite que isso é permitido pela legislação eleitoral.

A pesquisa mostra ainda que 69% consideram que ser dono de TV ou rádio dá mais chances para que o candidato seja eleito, e 67% são contrários à candidatura de donos de emissoras de rádio e TV, mas 48% acham que isso é permitido.

Foram entrevistados 1.500 homens e mulheres maiores de 16 anos, em 50 municípios escolhidos por meio de sorteio amostral, em setembro deste ano.

Em relação à posse de emissoras de rádio e TV por políticos, 33% declaram não saber se é proibido e 35% pensam que é permitido. O estudo também revela que 44% da população não sabe que, para se ter uma emissora de rádio ou televisão, é necessária a autorização do Estado: 22% acham que basta ter dinheiro para ser dono de uma emissora, enquanto os outros 22% não souberam responder.

Constituição proíbe posse
O artigo 54 da Constituição Federal proíbe que deputados e senadores sejam proprietários ou diretores de empresas concessionárias de serviço público ou exerçam cargo ou emprego remunerado em empresas concessionárias de serviço público. A Constituição também determina, em seu art. 223, que compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão.
Apesar disso, muitos políticos mantêm concessões públicas no setor. O senador Aécio Neves (PSDB), pré-candidato à presidência da República em 2014, por exemplo, é sócio da rádio Arco-Íris (Jovem Pan BH), junto com sua irmã, Andrea Neves, que também é sócia de outras empresas de radiodifusão.

“Há um claro conflito de interesses na acumulação das qualidades de detentor de cargo eletivo e de concessionário do serviço público de radiodifusão”, afirma Bia Barbosa, jornalista, membro do Conselho Diretor do Intervozes. “Isso desvia o fim social do serviço de radiodifusão e pode gerar um potencial uso político e ilegal dos meios de comunicações, em defesa do interesse próprio. Hoje, a Constituição Federal, que já proíbe as concessões para políticos, segue desrespeitada, e uma ação no STF pede que outorgas dadas a empresas controladas por políticos sejam retiradas, ou que os mesmos percam seus mandatos. O dado de que mais de dois terços da população apoia esta desvinculação entre poder político e poder midiático é um instrumento importantíssimo para pressionarmos o Congresso Nacional por uma reforma política que coloque definitivamente em prática o princípio constitucional.”

Segundo Maíra Saruê Machado, socióloga e diretora de pesquisa do Instituto Data Popular, “o estudo aponta para um desconhecimento da população sobre a proibição de que detentores de concessão de meios de comunicação possam concorrer a eleições e para uma rejeição dessa possibilidade, no sentido de que isso pode desequilibrar a disputa eleitoral”.

Já de acordo com Jacira Melo, especialista em comunicação e diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, o debate sobre a reforma política/eleitoral vem se arrastando no país há alguns anos, e o tema foi trazido pelas manifestações de junho de 2013. “Nos debates que se seguiram, na mídia e no Congresso, sobre a reforma ou minirreforma não houve menção, questionamentos ou ênfases sobre a propriedade de meios de comunicação por deputados e senadores. E é nesse sentido que chama atenção a visão crítica da população em relação a esse tema.”

A pesquisa pesquisa Poder e Meios de Comunicação (Data Popular/Instituto Patrícia Galvão) será apresentada nesta quinta-feira, 17/10, às 19h30, no auditório Prestes Maia da Câmara Municipal de São Paulo (Palácio Anchieta Viaduto Jacareí, 100 – Bela Vista – São Paulo – SP)
 
Fonte: http://revistaforum.com.br/blog/2013/10/para-63-da-populacao-politicos-nao-deveriam-ser-donos-de-radio-e-tv/

Mapa da desigualdade em 2013: 0,7% da população detém 41% da riqueza mundial


Nova pesquisa revela que PIB mundial atinge maior valor da história, mas divisão segue extremamente desigual; EUA têm um dos maiores índices de desigualdade do mundo

Dodô Calixto do Opera Mundi

Cinco anos depois do início da crise econômica mundial, marcada pela quebra do banco norte-americano Lehamn Brothers, os indicadores financeiros seguem apontando para uma concentração da riqueza ao redor do globo. De acordo com o relatório "Credit Suisse 2013 Wealth Report", um dos mapeamentos mais completos sobre o assunto divulgados recentemente, 0,7% da população concentra 41% da riqueza mundial. 
Em valor acumulado, a riqueza mundial atingiu em 2013 o recorde de todos os tempos: US$ 241 trilhões. Se este número fosse dividido proporcionalmente pela população mundial, a média da riqueza seria de US$ 51.600 por pessoa. No entanto, não é o que acontece. Veja abaixo o gráfico da projeção de cada país se o PIB fosse dividido pela população:

A Austrália é o país com a média de riqueza melhor distribuída pela população entre as nações mais ricas do planeta. De acordo com o estudo, os australianos têm média de riqueza nacional de US$ 219 mil dólares.

Apesar de serem o país mais rico do mundo em termos de PIB (Produto Interno Bruto) e capital produzido, os EUA têm um dos maiores índices de pobreza e desigualdade do mundo. Se dividida, a riqueza dos EUA seria, em média, de mais de US$ 110 mil dólares. No entanto, é atualmente de apenas US$ 45 mil dólares - menos da metade.

Entre os países com patrimônio médio de US$ 25 mil a US$ 100 mil, se destacam emergentes como Chile, Uruguai, Portugal e Turquia. No Oriente, Arábia Saudita, Malásia e Coreia do Sul. A Líbia é o único país do continente africano neste grupo. A África, aliás, continua com o posto de continente com a menor riqueza acumulada.
Mesmo com o crescimento da riqueza mundial, a desigualdade social continua com índices elevados. Os 10% mais ricos do planos detêm atualmente 86% da riqueza mundial. Destes 0,7% tem posse de 41% da riqueza mundial.

Veja no gráfico abaixo a pirâmide da riqueza. Apenas 0,7% da população detém US$ 98,7 trilhões de dólares:

Os pesquisadores da Credit Suisse também fizeram uma projeção sobre o crescimento dos milionários ao redor do mundo nos próximos cinco anos. Polônia e Brasil, com 89% e 84% respectivamente, são os países que mais vão multiplicar seus milionários até 2013. No mesmo período, os EUA terão um aumento de 41% do número de milionários, o que representa cerca de 18.618 de pessoas com o patrimônio acima de 1 milhão de dólares.

Em meados deste ano, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgou um estudo sobre o crescimento da desigualdade social nos países desenvolvidos, como consequência da crise financeira.

A organização diz que o número de pobres cresceu entre 2010 e 2011 em 14 das 26 economias desenvolvidas, incluindo EUA, França, Espanha e Dinamarca. Nos mesmos países, houve forte aumento do desemprego de longa duração e a deterioração das condições de trabalho. Atualmente, o número de desempregados no mundo supera os 200 milhões.
Em contrapartida, entre os países do G20, o lucro das empresas aumentou 3,4% entre 2007 e 2012, enquanto os salários subiram apenas 2,2%.

Segundo informações da imprensa europeia, na Alemanha e em Hong Kong, os salários dos presidentes das grandes empresas chegaram a aumentar 25% de 2007 a 2011, chegando a ser de 150 e 190 vezes maiores que o salário médio dos trabalhadores do país. Nos Estados Unidos, essa proporção é de 508 vezes.

América Latina

Na contramão das grandes potências, a situação econômica e social da América Latina melhorou. Entre 2010 e 2011, 57,1% da população dos países da região estava empregada, um ponto percentual a mais que em 2007, último levantamento antes da crise financeira internacional.

Em alguns países, como Colômbia e Chile, o aumento superou quatro pontos percentuais. Com o aumento do trabalho assalariado, cresceu também a classe média. Na comparação entre 1999 e 2010, a população dentro do grupo social cresceu 15,6% no Brasil e 14,6% no Equador.
No entanto, a OIT destaca que a região ainda enfrenta como desafios a desigualdade social, maior que a média internacional, e o emprego informal. A média da região é de 50%, sendo que em países mais pobres, como Bolívia, Peru e Honduras, supera os 70%.

Em todo o mundo, a organização afirma que há mais de 200 milhões de desempregados. A expectativa é que, ao final de 2015, esse número chegue a 208 milhões.

Foto: Wikicommons 
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/26343

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Matamos Amarildo

Quando a plateia vibrou com a cena final de Tropa de Elite, ela autorizou a barbárie. Só não percebeu que a escopeta estava voltada para ela.

por Matheus Pichonelli — publicado 03/10/2013 em Carta Capital
Divulgação
Tropa de Elite
Quando a plateia vibrou com a cena final de Tropa de Elite, ela não percebeu que a escopeta estava voltada para ela
Quando o Capitão Nascimento, com o coturno na garganta do traficante “Baiano”, entregou a escopeta nas mãos do Soldado Mathias e determinou a execução do bandido com um balaço no rosto, as salas de cinema do Brasil vibraram como torcida em final de campeonato. Como em uma arquibancada, houve quem se levantasse e aplaudisse a cena de pé, algo inusitado para uma sessão de cinema. O Brasil que pedia direitos humanos para humanos direitos estava vingado. José Padilha precisou praticamente desenhar, em que aquela escopeta estava voltada, na verdade, para o rosto da plateia. Mas a plateia, em sua sanha punitiva, parecia incapaz de refletir e entender que a tortura, os sacos plásticos e a justiça por determinação própria eram a condenação, e não a redenção, de um país de tragédias cotidianas. Nos dois filmes, todos estavam de alguma forma envolvidos na criminalidade – corruptos e corruptores, produtores e consumidores, eleitos e eleitores – mas só alguns iam para o saco de tortura. As consequências dessa indignação seletiva estavam subentendidas, mas muitos não as captaram: nas camadas superficiais da opinião pública, o apelo a soluções simples é sempre tentador. (Em uma das cenas do segundo filme, Nascimento é aplaudido de pé ao chegar a um restaurante de bacanas após comandar o massacre em um presídio. Padilha mostrava ali que a que violência denunciada em não era só caso de policia, mas uma chaga aberta e diariamente cutucada por quem recorre, no discurso ou na ação, a soluções arbitrárias contra um caos legitimado).
É possível que este mesmo Brasil que transformou em heroi um personagem complexo e vacilante como o Capitão Nascimento, personagem interpretado por Wagner Moura, não tenha sequer franzido a testa, na vida real, pelo sumiço do ajudante de pedreiro Amarido de Souza, de 47 anos. Para quem não sabe, Amarildo desapareceu no dia 14 de julho após ser levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Ninguém sabe ninguém viu o que aconteceu desde então (repita-se: em uma unidade PACIFICADORA). Isso porque as câmeras de monitoramento da região, estranhamente, não registraram a movimentação. Segundo um inquérito aberto pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil fluminense (e encaminhado ao Ministério Público do Rio), Amarildo, que era epilético, foi torturado, morto e seu corpo, ocultado. Foram indiciados dez policiais militares lotados à época na UPP, entre eles o ex-comandante da unidade, major Edson dos Santos.
Na Justiça, todos terão direito a se defender, e é bom que assim seja. Direito que o ajudante de pedreiro não chegou a vislumbrar – seu erro fatal, segundo a investigação, foi ter se negado a fornecer informações sobre traficantes do morro, a quem supostamente preparava churrascos. Sua versão da história será sempre um mistério: no método de depoimento informal aplicado supostamente pelos PMs – com direito a choques elétricos, de acordo com o inquérito – a verdade dos fatos é a primeira a morrer sufocada.
Amarildo não foi a primeira e fatalmente não será a última vítima. Nem da violência nem do descaso nem da ignorância. Os aplausos da plateia abobada de Tropa de Elite são reforçados todos os dias, inclusive quando o governador diz: “E daí? Antigamente havia muito mais Amarildos do que hoje”. Tanto Amarildo como o governador não são pontos fora da curva. São uma legião, porque são muitos.
No país das indignações seletivas, a aceitação da tortura é a manifestação inequívoca de um estado de guerra e barbárie permanente no qual a convivência humana é simplesmente inviável. No filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço, Stanley Kubrick criou uma alegoria para ilustrar a origem deste estado: quando um grupo de macacos identifica em uma ossada um arsenal de guerra e provoca uma dissidência; com os ossos na mão, passam a agir como base na violência, na coação, na briga pelo território, pelo privilégio, pela dominação de uns pelos outros. É quando os animais se humanizam.
Ao longo dos anos, esta humanidade barbarizada caminhou em direção ao que se chama civilização, em que pese o fato de alguns dos maiores morticínios terem sido praticados nos séculos XX e XXI (a morte por gás sarin não é menos dolorosa que um golpe de machado). Em outros termos, significa que entre um símio e outro há uma regra de conduta, baseada em lei, que impede o uso dessa arma para a imposição da força. Essa lei, em tese, é o que evita o aniquilamento humano. Inevitavelmente, esta cortina frágil é rasgada todos os dias por quem não consegue identificar a humanidade no outro. Voltamos um pouco ao estágio pré-civilizatório toda vez que testemunhamos um crime motivado por ciúmes, por território, por controle, por motivo fútil, por necessidade. Mas, em vez de distribuir ossos e oficializar o aniquilamento, optamos por criar o Estado, a legalidade e armamos a polícia, a detentora do monopólio legítimo da violência. Mais do que ninguém, ela é a força responsável por impedir que os símios espalhados pelo mundo ajam conforme seus instintos – e sejam punidos em casos de infração. Tem as armas para isso.
Quando aplaudimos a tortura policial, no entanto, a mensagem passada aos nossos supostos guardiões é que esta arma pode ser usada como bem entenderem, e não em favor de uma paz possível prevista em lei. É como se a plateia exultante de Tropa de Elite, iguais aos macacos de 2001, dissessem: “danem-se as leis, somos todos neandertais”.
O apelo à tortura como consequência da segurança é, portanto, a confissão e a aceitação de uma incapacidade ancestral. Em vez de segurança, o que ela produz é pânico: aceitamos que a polícia se comporte não como o agente público a nos proteger de símios ensandecidos com ossos na mão, mas exatamente igual aos animais retratados no filme.
Nesses termos, o estado completo de vulnerabilidade está criado. Ontem, mais precisamente em 14 de julho de 2013, foi a vez de Amarildo. Amanhã pode ser eu. Ou você. Enquanto aplaudimos as soluções arbitrárias, que aniquila tanto o bandido como o inocente, é a sorte, e não a lei, o elemento a impedir que um animal armado (fardado ou não) com arma na mão, pelo simples fato de acordar num belo dia de mau humor, coloque nossas cabeças em um saco plástico e nos sufoque até a morte.

domingo, 6 de outubro de 2013

Mujica alerta ONU que regredimos enquanto civilização

Por Marco Weissheimer
O presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, fez um discurso extraordinário na última terça-feira (24), na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Assistido por uma plateia um tanto esvaziada, Mujica fez um balanço sobre o estado das artes no mundo. Não foi uma análise de conjuntura política tradicional, mas uma fala sobre a vida, sobre como andamos, sobre como estamos regredindo enquanto civilização, presos à religião do mercado que substituiu os velhos deuses imateriais pelos antivalores do consumismo e da acumulação. Estamos criando uma civilização contra a liberdade e contra a vida, alertou: 
A nossa civilização montou um desafio mentiroso sempre dirigido pela acumulação e pelo mercado. Essa civilização nos acena uma vida com abundância e esbanjamento, mas produz, na verdade, uma conta regressiva contra a natureza e contra a humanidade como futuro. É uma civilização contra s simplicidade, contra a sobriedade e contra todos os ciclos naturais. Pior ainda, uma civilização que é contra a liberdade que supõe ter tempo livre para viver as relações humanas, a única coisa transcendente que temos: amor, amizade, aventura, solidariedade, família.
Assista a íntegra do discurso:

Publicado originalmente no site Sul21

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Quadrilha teria interesse no governo do Pará

Quadrilha teria interesse no governo do Pará (Foto: Reprodução/Facebook)
Luciane Hoepers era uma das integrantes da quadrilha que teria tentado contato com o governo paraense (Foto: reprodução/facebook)
A quadrilha que aplicava golpes em fundos de pensões de prefeituras, utilizando belas mulheres como iscas e que já teria desviado cerca de R$ 50 milhões, teria buscado negócios com o governo do Pará. É o que apontam as investigações da Polícia Federal sobre o caso. As informações foram revelados em uma reportagem especial publicada no site da Folha de São Paulo.
Ainda de acordo com a reportagem da Folha, em uma conversa gravada pela PF, o doleiro Fayed Traboulsi, um dos suspeitos de comandar o esquema, reclama que uma reunião marcada com o governador Simão Jatene fora remarcada. “Eu conheço esse cara. Tá aqui o nome dele, o Chefe do Gabinete, Sérgio Leão, eu sei quem é. Não resolve. O único que resolve é o homem lá”, diz trecho da conversa transcrita pela polícia.
O diálogo seria de dezembro passado e Fayed conversava com Alline Olivier, uma das garotas que participavam do esquema. Segundo apuração da Folha, a PF não informou se o encontro ocorreu. Luciane Hoepers, outra das garotas, também disse desconhecer qualquer contato com o governo do Pará.
OUTRO LADO
Na mesma reportagem, a Folha informou que procurou o governo do Pará para falar sobre o caso. Em nota, de acordo com o veículo, o governo do Pará negou qualquer encontro entre representantes do governo e integrantes da quadrilha. “Não foi tomada nenhuma decisão uma vez que não houve nenhuma reunião”, diz a nota, informando ainda que a empresa usada pelo grupo nunca foi contratada.
(DOL)