Não há futuro sob o capital, diz Piketty!
Thomas Piketty é professor |
O capitalismo é um beco sem saída afirma o economista Francês Thomas Pikett. Ele parte da seguinte premissa: embora o capital tenha se desenvolvido continuamente desde a Revolução Industrial, por que a desigualdade é uma constante? A segunda pergunta deriva da primeira: por que o fosso entre os mais pobres e os mais ricos se aprofunda historicamente?
Para o pesquisador, a resposta está na falácia de que o capitalismo produz riqueza para todos.
Em seu novo livro "O capital no século XXI", Piketty esgrime ideias na direção
contrária: o capitalismo, ainda que navegasse em céu de brigadeiro, numa
economia livre de
guerras e tormentas de natureza biológica, não realizaria o sonho dos
liberais de fazer o bolo crescer antes de dividi-lo igualitariamente.
Segundo o francês, o bolo até cresceria, mas as fatias se tornariam mais
finas, a luta por cada migalha seria encarniçada – e uma camada
progressivamente maior da população ver-se-ia apartada da festa.
Analisando dados do crescimento do capital, o economista concluiu que a
distribuição da renda não acompanha o ritmo de acúmulo das riquezas, provocando como efeito imediato a degradação dos serviços públicos. De acordo com o autor, o capitalismo não soluciona a pobreza, mas a radicaliza. O
acúmulo, santo Graal do sistema, está na base da desigualdade. Qual
seria o remédio? Para ele, taxação das riquezas e propriedades globais. Ou seja, na prática sugere reduzir ou transferir parte da riqueza global afortunadas nas mãos de meia dúzia de famílias e/ou conglomerados financeiros globais para os Estados Nacionais promoverem a devida distribuição e/ou desenvolvimento das nações. Desse modo conclui dizendo que caso o mundo permaneça na trilha que vem palmilhando, não haverá um futuro comum!
É importante destacar que esta ideia (taxação de grandes fortunas) vem ganhando espaço no debate político-econômico brasileiro, sobretudo, nas redes sociais. Vamos acompanhar sua trajetória neste ano 2014 e voltar a analisar este tema à luz dos discursos e campanhas eleitorais.