Limites da nossa atual civilização
O mundo da mercadoria e da propriedade privada
vai contra as necessidades humanas. Hoje vivemos um mundo de crises: degradação dos recursos naturais
e dos ecossistemas; miséria e exclusão social; violência e degradação das
condições de vida; precarização do trabalho e mercantilização dos meios de
sobrevivência, e no limite, a guerra ou a destruição generalizada dos seres
humanos.
Porém, os elementos que formaram esse status
quo (estado das
coisas) são antigos, e desde há muito tempo já dão sinais de que as
consequências, para os seres humanos, tendem a ser cada vez mais dramáticas.
Se você está de acordo que tais questões são reais e graves, e
precisam ser enfrentadas nas suas causas, então venha conhecer melhor aqui as propostas que estamos construindo,
COLETIVAMENTE, para enfrentar a raiz de tal tipo de sociabilidade, hoje
baseada da exploração e espoliação sobre os humanos e sobre a natureza.
Implantando o SOT: COMUNA DE REVERSÃO
Aqui está em aberta quais seriam os caminhos e estratégias para a
superação da formação histórica de mediações sociais baseadas na auto-alienação
dos humanos, e resultantes de um sistema social capitalista.
Um possível meio para isso, EM DISCUSSÃO, seria uma via histórica
processual de construção de um SISTEMA ORGÂNICO DO TRABALHO -
SOT, um tipo de bloco histórico de construção de outra
sociabilidade, a partir da aglutinação dinâmica de três mediações sociais:
- PROPRIEDADE ORGÂNICA
- RENDA SISTÊMICA
- AUTOGESTÃO SOCIETAL
Porém, pondera-se que essas mediações precisam se materializar em
instituições concretas e históricas, a partir provavelmente de um fundo
crítico e certamente de um conjunto de "trabalhadores livremente
associados", elementos estes viabilizados/articulados pela Via SOT.
Por sua vez, as instituições que dariam vida a um SOT precisam
de um espaço ou território específico para existirem, na forma de um
sistema interacional, ou seja, com dinâmicas de reforço mútuo,
concretizando assim todo o seu potencial de reverter os processos de alienação
sobre os humanos.
O espaço para a criação de tais instituições seria o que
chamamos de uma COMUNA
DE REVERSÃO. Esta não seria um tipo de comunidade alternativa
pequena, mas sim um espaço ou território aonde fosse possível concentrar
recursos, pessoas e instituições devidamente formalizadas, de tão forma que
possa criar elementos de auto-sustentabildiade suficientes para sua posterior
irradiação ou expansão, dando novo suporte às lutas emancipatórias, e
oferecendo uma efetiva alternativa ao emprego assalariado ou mesmo ao
desemprego, porém, de forma tal, que não apenas de disponibiliza uma nova
oportunidade de trabalho e renda, mas sim, uma oportunidade de viver de forma
solidária plena, de forma não alienada e não subordinada à lógica de acumulação
capitalista.
O que temos hoje próximo a uma COMUNA DO SOT seriam as ecovilas ou propostas de
ecocidades, porém numa dimensão maior, contendo instituições capazes de
contrapor o necessário valor de uso frente a alienação do valor de troca
(mercado), e partir dessa indexão crítica (produção e consumo internos)
sustentar um importante movimento de auto-expansão de dentro para
fora e adesão progressiva de novos associados, e assim, a constituição de novas
comunas organicamente integradas, como um bloco de reforço mútuo.
Essa posterior expansão seria um novo passo na construção de um SISTEMA COMUNAL.
Sistema Orgânico Comunal
... isso porque o conjunto de mediações que um Sistema Orgânico do
Trabalho abrange, não possibilita apenas a construção de um espaço de viver e
produzir diferenciado, também permite uma integração INTER-TERRITORIAL e
TRANS/SUPRA-NACÕES, que se traduziria por um SISTEMA
ORGÃNICO COMUNAL.
Nesse estágio de macro-organização societal ou de formação social histórica,
nossa tese é que entraríamos, de fato, na história da humanidade, uma vez que
os seres humanos passariam a ter o domínio efetivo sobre o seu destino.
Dessa forma, todo o desenvolvimento passa a centrado nas necessidades
humanas, e não mais nas necessidades artificiais do dinheiro ou da acumulação
de capital.
Como um Sistema Orgânico Comunal significa a superação da forma
propriedade privada dos meios de produção, e a superação do dinheiro enquanto
intercâmbio mercantil, ele implica também na materialização do que alguns
chamam de uma "Economia
Baseada em Recursos", cujo auto-organização global e não
fetichizada (mercadorizada) permite uma produção racional da abundância.
Esse é um horizonte aberto a partir da concretização do estágio 2, ou
seja, com a implantação de um Sistema Orgânico do Trabalho - SOT, a partir da
auto-organização imediata das pessoas interessadas nesta associação -ASSOCIAÇÃO Via SOT.
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